Tão antiga quanto o mundo da moda, a cópia em “velocidade fast fashion” é apontada por muitos como a principal causa da crise criativa que envolve o setor. Reproduções de baixo custo em cadeias como Zara e Prymark diminuem o valor de marca, fazem os produtos originais menos desejáveis e prejudicam também os novos designers, que constroem suas carreiras focadas na originalidade.
Há quem diga que a cópia é a força motriz da indústria da moda, pois ao contrário de setores como o de tecnologia os consumidores de moda compram roupas por desejo e não por necessidade, ficando insatisfeitos com suas escolhas assim que algo novo aparece. As cópias em grande escala enfatizam também o caráter estratificado da moda: quando uma novidade aparece em na passarela, seu preço elevado significa que apenas clientes de elite e formadores de opinião podem adquiri-la; quando o projeto é copiado, ele sinaliza para o mercado que esta vai ser uma tendência e até mesmo mais cópias são produzidas. As Copycats ajudam a criar tendências e depois destroem-nas, afirma Christopher Sprigman, professor da New York University: “Sem a cópia, a indústria da moda seria menor, mais fraca e menos poderosa.”
As leis de propriedade intelectual ainda não asseguram o trabalho dos designers de moda e a estratégia adotada por muitas marcas internacionais é instruir seus consumidores sobre a importância (tangível e intangível) das criações originais. Despertar o desejo através de valores subjetivos ainda é o grande impulso do nosso mercado e mesmo em tempos de See Now, Buy Now surpreender através da criatividade ainda é a melhor aposta.
Imagens: The Fashion Law