No seu primeiro desfile em terras norte-americanas, a Dior apresentou ao seu novo consumidor uma coleção com fortes referências ao streetwear “de raiz”. Repleta de estamparia com inspiração étnica, toques de alfaiataria contemporânea e a linguagem urbana do graffiti com a tipografia inconfundível de Shawn Stüssy, um dos pilares da moda urbana da Califórnia da década de 1990.
Batizada de Tutti Frutti Miami, a coleção é praticamente toda baseada em opostos estéticos – o refinamento de trench coats arremata a despretensão de bermudões e shorts, flores vintage dividem espaço com espécies carnívoras, tons pastéis oitentistas são equilibrados com toques de cores vibrantes posicionadas estrategicamente. E tudo isto com um clima psicodélico retrô, representado pelas texturas de animal print e padronagens feitas à mão pelo próprio Stüssy, que foi o “padrinho” da coleção e ídolo pessoal de Kim Jones, o atual diretor criativo da Dior Men.
Para manter a unidade estética, as poucas artes criadas (basicamente 3 diferentes) foram desconstruídas em elementos, alteradas em escala e tons e aplicadas em diferentes técnicas como jacquards e bordados, além da estamparia. Com direito até a renovação da logo da Dior, a coleção reforça a estética urbana do streetwear ao mesmo tempo que “acostuma” os olhares dos consumidores para as novas propostas da alfaiataria, saudando o legado de dois grandes nomes da moda global: Christian Dior e Shawn Stüssy. Dois universos amplamente distintos que, quando combinados, refletem exatamente os desejos dos consumidores masculinos metropolitanos.