Desde 1946 o anual Baile do MET agita a indústria da moda – o evento celebra a abertura de uma nova exposição no Metropolitan Museum of Art‘s Costume Institute, em Nova Iorque, e explora o mesmo tema da mostra. Este ano a homenageada é Rei Kawakubo, designer japonesa à frente da Comme des Garçons, e talvez por isso apenas algumas poucas celebridades tiveram a ousadia de vestir criações da estilista no tapete vermelho do evento: a relevância do trabalho de Rei está em desafiar os estereótipos de beleza e os limites e formas do corpo, “não desenhar para mulheres que se preocupam com o que seus maridos possam pensar sobre suas roupas”, em suas próprias palavras.
Volumes e cortes excêntricos e peças que transcendem o gênero são o ponto alto de suas coleções, que subvertem o belo e trazem frescor para as temporadas de moda. O primeiro desfile da marca aconteceu em 1982, em Paris, e foi chamado de apocalíptico pela imprensa especializada da época. Rei Kawakubo tem como premissa o pensamento de que cada um deveria vestir-se para si mesmo, e como bem pontuou a jornalista Julia Mello para a revista Elle, “suas roupas convidam o olhar masculino (ou feminino) com sua selvageria, mas logo o repele por seus shapes rebeldes, que transformam a forma corporal”. Novas formas de utilizar tecidos e o reaproveitamento de materiais são outros pontos que colocam a moda de Rei Kawakubo como atemporal e visionária.
Com cenários construídos manualmente pela estilista, a exposição Art of the In-Between fica em cartaz no MET até o início de setembro e traz 150 looks em diferentes sessões: Passado/Presente/Futuro, Modelo/Múltiplo, Ordem/Caos, Fashion/Antifashion e alguns outros temas de inspiração da estilista. Saiba mais aqui: METMUSEUM.